1-IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO |
Tema: Consciência negra
Titulo: África: conhecer, valorizar e respeitar.
Tempo de execução: Dois a três meses
Característica: Projeto interdisciplinar, envolvendo principalmente História, artes e Geografia.
Escola: Instituto Odilon Pratagi
Professora: Flaviana S. Coimbra
Turma: Módulo IV
Coordenadora : Deuza Pereira de Araújo
Diretora : Ana Pacifico
1.1-PÚBLICO ALVO |
Este projeto se destina aos alunos do ensino fundamental EJA, Educação de Jovens e Adultos.
2-PROBLEMA |
O Brasileiro, de um modo geral, sabe pouco a respeito do afro- descendente, e quando sabe, está repleto de ideias preconceituosas. Começa com a entrada do negro no Brasil como escravo e mercadoria, a imagem do negro descalço seminu e selvagem é mostrada na literatura escrita por brancos. Mas a história do africano livre, dono de sua própria vida, produtor de sua cultura, a época de grandes reinos e impérios na África Pré-Colombial é pouco conhecida. Por isso ideia de criar o projeto surgiu de sua preocupação com a falta de informações dos alunos sobre a historia, e suas influencias na cultura afro-brasileira, sem falar no grande problema que e o racismo.
3-JUSTIFICATIVA |
O Brasil tem a maior população de origem africana fora da África e, por isso, a cultura desse continente exerce grande influência, principalmente na região nordeste do Brasil.
Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. Este projeto que será realizado na nossa escola, Instituto Odilon Pratagi é muito sugestivo dando oportunidades para se trabalhar os temas transversais, pois permite trazer para dentro da escola a questão do patrimônio cultural brasileiro e os elementos que os constituem. A abordagem da Pluralidade Cultural constitui uma oportunidade de colocar a memória como parte imprescindível para construir o futuro e não apenas como ato vinculado ao passado, pois na medida em que conhecemos nossas raízes e sua contribuição, temos melhores condições de estabelecer como queremos o futuro.
Trabalhando a pluralidade cultural, estaremos automaticamente, fazendo uso de um currículo multicultural que possibilite o cidadão a ser crítico, consciente, mas também apto a se inserir em um mundo competitivo e globalizado. No entanto alunos e professores serão envolvidos na realização deste projeto, que busca promover um espaço cultural para trabalhar expressões da arte e da cultura negra, desenvolvendo atividades variadas, visando assim o exercício da cidadania e vivencia dos valores através da apropriação a arte e da cultura, como ferramentas necessárias para estar num mundo formado por sociedades que usam o preconceito como instrumento das esferas de diferenças sociais e, ainda, o resgate da herança africana, cuja história, fora esquecida, e ignorada ao longo do tempo.
Comemorar o dia 22 de novembro – Dia da Consciência negra, dedicando o mês de outubro e novembro, para debater e refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso país, estado e comunidade. Com este trabalho esperamos que a consciência de valorização do ser humano ultrapasse as fronteiras da violência, do preconceito e do racismo.
A elaboração e desenvolvimento desse projeto de arte e cultura negra visam a atender dois pré-requisitos básicos: o exercício da cidadania e vivência dos valores através da apropriação da arte e da cultura, como ferramentas necessárias para estar num mundo formado por sociedades que usam o preconceito como instrumento das esferas de diferenças sociais e, ainda, o resgate da herança africana, cuja história fora esquecida e ignorada ao longo do tempo.
Com este trabalho esperamos que a consciência de valorização do ser humano ultrapasse as fronteiras da violência, do preconceito e do racismo.
4- OBJETIVOS GERAIS |
· Possibilitar uma reflexão mais ampla sobre o verdadeiro exercício de cidadania, permitindo a interação de todos os envolvidos no contexto escolar para a desconstrução do racismo, preconceito e discriminação.
5- OBJETIVOS ESPECÍFICOS |
· Valorizar a cultura negra e seus afrodescendentes e afro-brasileiros, na escola e na sociedade;
· Desmitificar o preconceito relativo aos costumes religiosos provindos da cultura africana;
· Conhecer a contribuição dos negros africanos nas artes, culinária, língua, religião e mostrar a sua importância para a formação da cultura brasileira;
· Discutir e conhecer as personalidades negras que deixaram ou estão deixando sua contribuição nos diversos setores da sociedade, como expressões culturais, desportivas, artísticas, políticas, musicais, religiosas etc...
· Reconhecer a diversidade étnica, racial e cultural da sociedade brasileira;
· Identificar, respeitar, criticar, repudiar e denunciar todas as formas de relações preconceituosas, discriminatórias e excludentes.
6-METODOLOGIA |
· O desenvolvimento do projeto estará em consonância com os blocos temáticos citados e será feito de acordo com as necessidades da turma e a realidade local, estabelecendo o problema e a proposta de conteúdo para a classe. O tema será desenvolvido na sala de aula por meio de atividades para a sua exploração, sistematização e para a conclusão dos trabalhos. Os alunos devem fazer observações diretas no entorno familiar, observações indiretas em ilustrações e/ou vídeos, experimentações e leituras.
1ºEtapa
· Em um primeiro momento, será questionado com os alunos sobre o que sabem, que ideias e opiniões, dúvidas ou hipótese sobre o tema em debate, valorizando seus conhecimentos.
· Com o auxilio do livro didático do EJA de historia será abordado à questão da escravidão desde a colonização do continente americano, a partir do século XVI. Sobre a mão de obra indígena que foi refutada mediante a dificuldade de controle sobre populações que ofereciam maior resistência e também por despertar o interesse da Igreja em utilizá-los como novos convertidos ao cristianismo católico. Enfim aos poucos mostrando passo a passo a escravidão dos africanos.
2º Etapa
· Serão exibidos diversos documentários sobre a história da África tal qual o sofrimento dos escravos como: O que é Movimento Negro; A fome na África; África uma história rejeitada; Breve História da Cultura Africana dentre outros, o preconceito cega, pesquisas cientificas com o teste da boneca.
· Produção textual do entendimento dos vídeos.
· Trabalho em grupos sobre o texto Racismo no Brasil? Autor: Ilidio Teixeira, os alunos irão responder uma atividade e depois serão compartilhadas oralmente as respostas, promovendo debate entre os grupos.
· Desenvolver atividades com diferentes fontes de informações em livros, jornais, revistas, filmes e fotos.
· Promover estudos e reflexões sobre diversidade de modo de vida e de costumes dos afros brasileiro.
· Serão expostas, em slides diversas imagens para que a turma obtenha conhecimento visual sobre a cultura africana. Após a explicação os alunos criaram seus próprios desenhos representando os diferentes tipos de cultura afro-brasileira, e uma campanha sobre o racismo.
· Os alunos trabalharam na confecção de cartazes, desenhos de observação recorte pintura e colagem, textos, músicas, lendas, poesias e etc..
3º.Etapa Fundamental
· Pesquisa sobre as vestimentas africana
· Pesquisa sobre personalidade
· Debate principais leis nacionais e internacionais sobre o racismo
· Registro no caderno
· Discutindo a diversidade cultural
· Ser brasileiro
3º.1 Etapa ensino médio.
· Produção em artes com pintura em giz de cera e papel paraná com o tema África, nesse caso para alunos do ensino médio.
· Estar em contato com músicas da cultura africana como o samba, a batucada, capoeira.
7-CUMINÂNCIA DO PROJETO |
· A culminância do projeto será no pátio da escola com:
· Apresentação de cartazes e objetos sobre a diversidade cultural da África no Brasil.
· Construção de painéis.
· Apresentação de capoeira
· Feira de comidas regionais e de origem africana.
· Apresentação de músicas africana.
8-CRONOGRAMA |
Elaboração do projeto |
Agosto |
Apresentação aos alunos e inicio da excursão. |
Setembro |
Excursão |
Setembro, outubro e novembro. |
Produto Final |
Apresentação da culminância em novembro,dia21. |
9-RECURSOS DIDÁTICOS NECESSÁRIOS |
Livros; cartazes; televisão; dvd; filmes; documentários; Datashow ;papel madeira, pinceis, lápis de cor, tintas; papel sem pauta; jornais revistas; cola; tesoura e etc...
10-AVALIAÇÃO |
Será avaliada, a participação individual e em equipe na excursão das atividades, tal qual as apresentações.
ANEXOS.
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20 de novembro — Dia da Consciência Negra
Em 20 de novembro comemora-se no Brasil o Dia da Consciência Negra. Mas você sabe o motivo de escolha dessa data?
Foi nesse dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi dos Palmares. Este foi a liderança mais conhecida do chamado Quilombo dos Palmares, que se localizava na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas. A fama e o símbolo de resistência e força contra a escravidão mostrado pelos palmarinos fizeram com que a data da morte de Zumbi fosse escolhida pelo movimento negro brasileiro para representar o Dia da Consciência Negra. A data foi estabelecida pela Lei 12.519/2011.
Outro motivo para a escolha dessa data foi o fato de que no Brasil o fim da escravidão é comemorado em 13 de maio. Nesse dia, no ano de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea que abolia a escravidão no Brasil. Porém, comemorar o fim da escravidão em uma data em que uma pessoa branca e pertencente à família real portuguesa, a principal responsável pela escravidão no Brasil, assinou uma lei pondo fim ao cativeiro faz parecer que a abolição foi feita pelos próprios escravistas. Faz com que a abolição fosse apresentada como um favor dos brancos aos negros.
A escolha do dia 20 de novembro serviu, dessa forma, para manter viva a lembrança de que o fim da escravidão foi conseguido pelos próprios escravos, que em nenhum momento durante o período colonial e imperial deixaram de lutar contra a escravidão.
Os quilombos não deixaram de existir quando Palmares foi destruído sob o comando do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Vários outros quilombos foram formados nos duzentos anos após o fim de Palmares.
Mesmo nos anos finais da escravidão a ocorrência de fugas em massa de escravos das fazendas, a ocupação de terras e a realização de rebeliões foram muito importantes para que a Lei Áurea fosse assinada.
O fim da abolição não representou também o fim dos problemas sociais para os escravos libertados. O racismo e a resistência à inclusão dos negros na sociedade brasileira após a abolição foram também um motivo para se escolher o 20 de novembro como data para se lembrar dessa situação.
A resistência dos afrodescendentes não se fez apenas no confronto direto contra os senhores e forças militares, ela também ocorreu no aspecto religioso e cultural, como no candomblé, na capoeira e na música. Relembrar essas características culturais é uma forma de mostrar a importância dos africanos escravizados e de seus descendentes na formação social do Brasil.
São esses alguns dos objetivos da comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra em 20 de novembro.
* Crédito da Imagem: http://agenciabrasil.ebc.com.br/.
EXPRESSÕES RACISTAS QUE DEVEM SAIR DO SEU VOCABULÁRIO
Tuas nega”, “Mulata”, “serviço de preto” –
“AMANHÃ É DIA DE BRANCO”
Qualquer pesquisa rápida no Google mostrará mais de uma origem para essa expressão, e a maioria negando que ela tem algum cunho racista. Porém, vivemos em um país onde a escravidão do povo negro durou mais de 300 anos, e os escravos, mesmo sendo forçados a trabalhar, geralmente eram vistos como “vagabundos”.
As consequências disso duram até hoje, o negro é sempre visto como a pessoa que faz “corpo mole”, aquele “malandro” que não faz nada. Inclusive, entre as opiniões que mais afloram quando o assunto é cotas sociais para negros, a de que não existe esforço da nossa parte é a mais frequente. Tanto que podemos fazer um paralelo entre essa e a expressão seguinte.
“SERVIÇO DE PRETO”
Comum no nosso dia-a-dia, essa expressão é usada para desqualificar determinado esforço e/ou trabalho, ou seja, fazer “serviço de preto” é igual a ser desleixado. O negro sempre é associado a algo ruim, o “bom” trabalho seria o do branco. Não dá para ser ingênuo e achar que não existe o teor racista, ainda mais quando associamos a outras dessas expressões que colocam o negro como o oposto de positivo.
“A COISA TÁ PRETA”
A expressão “a coisa tá preta” fala por si só: se a coisa está preta, é porque ela não está agradável, ou seja, uma situação desconfortável é o mesmo que uma situação negra? Isso é racismo.
“Mercado negro”
O mercado negro é aquele que promove ações ilegais, e mais uma vez é a palavra negro sendo usada com conotação desfavorável. O negro, na expressão, significa ilícito.
INVEJA BRANCA”
Finalizando a leva de palavras e expressões que associam negro e preto à comportamentos negativos, o exemplo 6, que mostra a “inveja branca” como sendo a inveja boa, “positiva”.
“DA COR DO PECADO”
Outra expressão que faz a mesma associação de que negro = negativo, só que de forma mais subliminar, não recorrendo a termos como negro ou preto. Geralmente essa expressão é usada como elogio, porém vivemos em uma sociedade pautada na religião, onde pecar não é nada positivo, ser pecador é errado, e ter a sua pele associada ao pecado significa que ela é ruim. Não é uma expressão que remete a um adjetivo positivo, é simplesmente uma ofensa racista mascarada de exaltação à estética e, quase sempre, direcionada a mulheres negras.
“MORENA”, “MULATA” ( POR VIM SEGUIDOS DE TIPO EXPORTAÇÃO)
Usado para mulheres e homens, mas mais comum serem usadas para descrever as mulheres, principalmente quando seguidas pelo termo “tipo exportação”. Aqui o objetivo é amenizar o que somos, “clareando” o negro. Não existe justificativa para negar que alguém é negro, possivelmente você pode estar incomodado em dizer “negro”, e se está é porque acredita que chamar alguém de negro é ofensivo, sendo assim embranquece a pessoa – transformando-a em “morena” ou “mulata”, e isso é racismo. –
“NÃO SOU TUAS NEGAS”
Facilmente explicável se lembrarmos de que quando se tratava do comportamento para com as mulheres negras escravizadas, assédios e estupros eram recorrentes. A frase deixa explícita que com as negras pode tudo, e com as demais não se pode fazer o mesmo, e no tudo está incluso desfazer, assediar, mal tratar, etc, etc. –
“CABELO RUIM”, “CABELO DE BOMBRIL”, “CABELO DURO” E, A MAIS DESNECESSÁRIA, “QUANDO NÃO ESTÁ PRESO ESTÁ ARMADO”
A questão da negação da nossa estética é sempre comum quando vão se referir aos nosso cabelo Afro. São falas racistas usadas, principalmente na fase da infância, pelos colegas, porém que se perpetuam em universidades, ambientes de trabalho e até em programas de televisão, com a presença negra aumentando na mídia. Falar mal das características dos cabelos dos negros também é racismo. -
Racismo no Brasil?
Autor: Ilidio Teixeira
(Adaptado pela autora da aula. Texto na íntegra disponível no site: http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=901&page=2 )
Racismo no Brasil é, no mínimo, uma atitude de ignorância às próprias origens. Qual é o antepassado do “verdadeiro brasileiro”? Indígena (os primeiros povos a habitar a terra do ‘Pau Brasil’)? Os negros (que foram trazidos para trabalhar como escravos e, ainda, serviram de mercadoria para seus senhores)? Os portugueses (que detém o status de descobridores desta terra)? Porém, pode ser a miscigenação de todas as raças, como vemos hoje? Afinal de contas, aqui se instalaram povos de todos os lugares do mundo. Portugueses, espanhóis, alemães, franceses, japoneses, árabes e, ultimamente, peruanos, bolivianos, paraguaios, uruguaios e até argentinos vivem neste país que é hospitaleiro para com os estrangeiros e, por vezes, hostil com sua própria população.
Quantas pessoas mestiças nascidas no Brasil você conhece ou, pelo menos, já viu? Quantas vezes você ouviu alguém dizer que...”meu avô era africano, minha avó espanhola”, ou então...”meu pai é japonês e minha mãe é árabe”? Quando representantes ‘tupiniquins’ participam de eventos esportivos ou sociais, o que vemos são pessoas de diferentes raças, mas apenas um sangue e somente uma paixão: o Brasil.
O que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz questão de não enxergar. Os alvos, mesmo que inconscientemente, sempre são os mesmos. Negros, mestiços, nordestinos, pessoas fora do padrão da moda, ou seja, obesos, altos demais, baixos ou anões e, principalmente, os mais pobres sofrem com a discriminação. Muitos não conseguem emprego, estudo, dignidade e respeito. Estes não têm vez na sociedade brasileira! Para exemplificar isso, basta visitar as faculdades, os pontos de encontro (como bares, danceterias, teatros e cinemas) ou, até mesmo, se tiver mais coragem, verificar o revés da história, ou seja, favelas e presídios. Claramente, nesses lugares, este racismo hipócrita e camuflado vem à tona e causa espanto em muitas pessoas que não ‘querem’ encarar a verdade dos fatos.
Segundo a Constituição Brasileira, qualquer pessoa que se sentir humilhada, desprezada, discriminada, etc...por sua cor de pele, religião, opção sexual...pode recorrer a um processo judicial contra quem cometeu tal atrocidade. Mas, neste país, a verdade é que ninguém encara isto seriamente.
Precisamos mudar essa difícil realidade! O brasileiro tem de valorizar suas origens, para que um dia este país tenha condições de lutar com igualdade pelos seus direitos e por todos nós.
Após essa leitura, questões para serem respondidas, por escrito e em grupos, as quais servirão para discussões futuras:
1) Por que o autor diz que o racismo no Brasil é um ato de ignorância?
2) Você concorda com essa a firmação do autor de que o racismo é ignorância? Justifique
3) Segundo o autor existe atualmente uma diversidade de povos e raças no Brasil?
4) Por que o autor diz que este país é hospitaleiro com os estrangeiros e, muitas vezes, hostil com sua população?
5) Você concorda que "existe por aqui muito racismo camuflado e todo mundo faz questão de não enxergar."?
6) Como você acha que o racismo se manifesta em nossa sociedade?
7)"Segundo a Constituição Brasileira, qualquer pessoa que se sentir humilhada, desprezada, discriminada, etc...por sua cor de pele, religião, opção sexual...pode recorrer a um processo judicial contra quem cometeu tal atrocidade.". Você acha que a Constituição ajuda a combater o racismo e outros preconceitos no Brasil? Justifique.
8) "Precisamos mudar essa difícil realidade!" A que o autor se refere? O que tem que ser diferente
9) Por que o autor escreveu o título do texto em forma de pergunta: "Racismo no Brasil?"
10.
Publicado em 12/08/2013por Fernando Sagatiba
“Se preto de alma branca pra
você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade (…)“.
Como eu sempre digo, ser negro não é uima questão de cor de pele, nem de vontade (embora muitos tenham vontade de não ser associados à raça por medo de ser discriminado… e acabam discriminando pra se sentirem afastados da raiz, mas deixa pra depois). A negritude é uma ideologia, até porque o país tem uma grande quantidade de gente miscigenada, o que faria automaticamente com que quase todos fossem um pouco negros e ao mesmo tempo quase ninguém.
Então, onde é que entra a questão da identidade que Jorjão fala na letra? É a questão da aceitação e mais, da convicção de que você tem em sua raiz familiar influências de uma cultura riquíssima que já influenciou de um tudo ao redor do mundo, sobretudo no Brasil. Palavras do nosso vocabulário, vestimentas, culinária, música… Tantas coisas que vão desde arte e cultura até geografia e política. A história está aí (e eu falo de fontes de pesquisa fidedignas, não oportunistas que defendem ideais de partidários da ditadura militar reaças metidos a politicamente incorretos).
Voltemos ao ponto, Identidade aborda a questão do preconceito e o modo como um racista pode simplesmente achar que está sendo muito condescendente com o “bicho”(entenda, muitos não se acham racistas porque aprenderam com o senso comum que negro é engraçado pra virar piada, e ninguém admitiria ter um defeito de caráter tão grave). Sabe a professora Srta Morello? Aquela professora que “protege” Chris Rock em Todo Mundo Odeia o Chris? Com certeza é assistir por 5 minutos e perceber como ela acha que está endo uma ótima pessoa ao ‘compreender’ o único aluno negro da escola, pois, ela acha que ele é um pobre coitado com dezenas de irmãos – cada um de um pai diferente – de mãe desempregada e drogada. Mas nós sabemos que ele é filho de um pai esforçado – de DOIS empregos – e uma mãe neurótica em criar filhos com os melhores valores numa sociedade que vai contra eles por causa da cor e do preconceito de achar que é isso que faz um mau elemento.
Assim como Paulo Henrique Amorim chamou Heraldo Pereira de ‘negro de alma branca’, muitos acham que melhoram nossa auto-estima ao nos chamar de moreno, marrom-bombom, mulatinho e essas coisas. Fora as referências à cor como se ao invés de melanina, fossemos brancos sujos, tipo, de carvão, tinta, queimadura, café bebido em excesso, ter nascido à noite e as comparações vão ficando mais e mais absurdas, desde que falem da cor. Ainda há bolhas pra acharem que somos todos iguais e que dias como 20 de novembro não deveriam acontecer, como se fosse um favor, um bônus por sermos beneficiados sem motivo. Ignorantes que ignoram literalmente a história como se a escravidão não tivesse reflexos ate hoje no racismo agressivo ou nesse racismo “bem intencionado”.
Como Aragão fala ‘não nos ajuda, só nos faz sofrer’ e não é egocentrismo, como já ouvi de reaças que acham que a luta contra o racismo é mimimi de quem não tem coisa melhor pra fazer. Elevadores são preciosidades em alguns lugares para algumas pessoas, se um negro entra, entre outros ‘tipos’, acaba sendo encaminhado para o de serviço, porque o social não pode receber essa gente. Mas, chega de papo, a letra em si e todo o arranjo e linha melódica já dizem tudo sem precisar esmiuçar muito nessas – virtualmente – mal traçadas linhas. Detalhe para a escolha de imagens de profissionais diversos e artistas negros enquanto a canção rola, no melhor estilo videoclipe, como aquele que já postei no blog com imagens de pessoas escravizadas ao som de Retirantes, de Dorival Caymmi (aquele famoso ‘lerê lerê que todo mundo canta pra debochar que está sendo explorado), tema de A Escrava Isaura.
Desde já, peço desculpas pelo ‘Seu Jorge’, mas a mensagem é boa demais pra não linkar por uma escorregada simples.
https://www.youtube.com/watch?v=VAiFHRFV4WU
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