As Greves Gerais no Brasil
Por: Cacau
Pereira*, de São Paulo, SP
*advogado, coordenador do Instituto Classe de Consultoria e Formação Sindical e
colabora com a Diretoria de Formação do SINJUS*
As greves são resultado de um longo aprendizado da classe trabalhadora. Mas, até que entendessem a importância da ação coletiva na resistência à exploração capitalista, os trabalhadores se valeram de diversas formas de resistência individual, como o furto das mercadorias e a destruição das máquinas.
Depois vieram experiências associativistas e mutualistas, sociedades secretas, cooperativas, entre outras experiências de organização, até que surgiram os sindicatos. Só então a greve se transforma no principal instrumento de pressão dos trabalhadores.
A greve não é uma opção. Em geral, a greve é resultado de um processo de grande insatisfação e da ausência de negociação com os patrões ou com os órgãos públicos. A greve é uma forma superior de luta, o despertar da consciência dos trabalhadores, de nos entendermos como parte de uma classe e nos vermos representados por uma instituição própria, que é o sindicato.
Nós podemos perder ou ganhar uma greve, mas o resultado principal será sempre medido pelo fortalecimento da união entre os trabalhadores e o avanço de nossa consciência. Ninguém que tenha lutado em uma greve sai dela do mesmo jeito que entrou.
Já a greve geral não é apenas o resultado da unificação das lutas e das categorias. A greve geral significa que os trabalhadores dos mais diversos ramos de produção e serviços ultrapassaram os interesses corporativos e chegaram a uma única reivindicação a ser defendida por meio da ação direta. É uma expressão do acirramento das contradições sociais e, diferente das greves econômicas, não ocorre espontaneamente.
A paralisação de 1917: o reconhecimento do movimento operário como força política
A primeira greve geral em nosso país ocorreu na primeira quinzena de julho de 1917 e contou com 50 mil trabalhadores da indústria e do comércio na cidade de São Paulo. Era um momento de crise decorrente da I Guerra Mundial e de influência da revolução bolchevique que ocorria na Rússia. A greve teve forte adesão e sua direção tinha como expoentes dirigentes anarquistas e socialistas, muitos deles imigrantes europeus. A pauta continha reivindicações econômicas e políticas.
A greve de 1917 é um marco do reconhecimento do movimento sindical como instância de organização da classe trabalhadora brasileira. No entanto, apesar das inúmeras lutas que ocorreram durante as décadas seguintes, somente nos anos 1980, a greve geral vai ser recuperada como método de luta dos trabalhadores.
As greves gerais nos anos 1980
Os anos 1980 marcaram a derrocada da ditadura militar e a conquista da redemocratização no Brasil. Eram anos de crise econômica aguda. A primeira greve geral aconteceu no dia 21 de julho de 1983. O país se encontrava sob a condução da política econômica do Fundo Monetário Internacional (FMI), com desemprego elevado, salários arrochados, inflação e taxas de juros em alta. A greve contou com a participação de mais de dois milhões de trabalhadores e estima-se que quarenta milhões de pessoas foram afetadas pela paralisação dos transportes.
No dia 12 de dezembro de 1986, ocorre uma nova greve geral, econômicas, o fim das privatizações e o não pagamento da dívida externa. Era ainda um momento de crise econômica, com o fracasso dos planos econômicos do governo Sarney/PMDB (Cruzado I e II). Cerca de 25 milhões de pessoas aderiram ao movimento grevista, representando mais de 40% dos trabalhadores ativos. Outros milhões foram atingidos pela paralisação dos transportes.
Por fim, nos dias 14 e 15 de março de 1989 ocorre nova greve geral que, mais uma vez, questiona um plano econômico do governo, o Plano Verão, e reivindica o congelamento de preços, reposição das perdas salariais e fim do desemprego. Estima-se que a greve tenha atingido 35 milhões de trabalhadores e tenha mobilizado 70% da população economicamente ativa.
Os anos 1990 foram marcados pela contraofensiva neoliberal e pelo declínio das greves no País. Já no século XXI ocorreram ensaios de paralisação importantes, mobilizações contra as reformas trabalhistas e da previdência, muitas marchas nacionais em Brasília, mas nenhuma mobilização alcançou o patamar das greves dos anos 1980.
Acompanhando as mobilizações que explodiram contra o aumento das passagens e os gastos da Copa, em 2013, durante o governo Dilma/PT, tivemos dois dias de paralisação nacional importantes, convocados pelas centrais sindicais, nos dias 11 de julho e 30 de agosto. A pauta unitária previa reivindicações econômicas, defesa das aposentadorias, contra as privatizações na Petrobras e arquivamento do PL 4.330 da terceirização.
28 de abril vem aí: é hora da greve geral!
Somente agora em 2017, 28 anos depois da última ação unificada da classe trabalhadora brasileira temos um novo chamado a uma greve geral. Como vimos, a greve geral é um instrumento legítimo, uma forma de luta elevada da classe trabalhadora, que unifica as nossas ações e reivindicações e tem um claro conteúdo político.Vivemos um momento de muitos retrocessos e ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários, aos serviços públicos, desemprego em alta e piora das condições de vida da população. A greve geral do dia 28 de abril, convocada unitariamente por todas as centrais sindicais, pode ser um ponto de inflexão para deter essa contraofensiva do ilegítimo governo de Michel Temer/PMDB.
*Publicado originalmente no site http://sinjus.org.br/artigo-as-greves-gerais-no-brasil/.
Atividade de FMT III
1. A greve não é uma opção. Explique o que é a greve?
2. Nós podemos perder ou ganhar uma greve. Mas o resultado principal?
3. A greve geral não é apenas o resultado da unificação das lutas e das categorias. O que significa a greve geral?
4. A primeira greve geral em nosso país ocorreu na primeira quinzena de julho de 1917 e contou com 50 mil trabalhadores da indústria e do comércio na cidade de São Paulo. Justifique a questão.
5. A primeira greve geral aconteceu no dia 21 de julho de 1983. Fale sobre este acontecimento.
6. No dia 12 de dezembro de 1986, ocorre uma nova greve geral. Qual eram as reivindicações?
7. Nos dias 14 e 15 de março de 1989 ocorre nova greve geral que, mais uma vez. O que questionam?
8. Os anos 1990 foram marcados pela contraofensiva neoliberal e pelo declínio das greves no País. Já no século XXI?
9. Em 2013, durante o governo Dilma/PT, tivemos dois dias de paralisação nacional importantes, convocados pelas centrais sindicais, nos dias 11 de julho e 30 de agosto. Explique quais eram as reivindicações?
10. 28 de abril vêm aí: é hora da greve geral. Explique sobre essa ultima greve geral.
Atividade de FMT III
1. A greve não é uma opção. Explique o que é a greve?
2. Nós podemos perder ou ganhar uma greve. Mas o resultado principal?
3. A greve geral não é apenas o resultado da unificação das lutas e das categorias. O que significa a greve geral?
4. A primeira greve geral em nosso país ocorreu na primeira quinzena de julho de 1917 e contou com 50 mil trabalhadores da indústria e do comércio na cidade de São Paulo. Justifique a questão.
5. A primeira greve geral aconteceu no dia 21 de julho de 1983. Fale sobre este acontecimento.
6. No dia 12 de dezembro de 1986, ocorre uma nova greve geral. Qual eram as reivindicações?
7. Nos dias 14 e 15 de março de 1989 ocorre nova greve geral que, mais uma vez. O que questionam?
8. Os anos 1990 foram marcados pela contraofensiva neoliberal e pelo declínio das greves no País. Já no século XXI?
9. Em 2013, durante o governo Dilma/PT, tivemos dois dias de paralisação nacional importantes, convocados pelas centrais sindicais, nos dias 11 de julho e 30 de agosto. Explique quais eram as reivindicações?
10. 28 de abril vêm aí: é hora da greve geral. Explique sobre essa ultima greve geral.
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